Nesta segunda-feira, 21, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou uma nova medida cautelar contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A partir de agora, o ex-chefe do Executivo está proibido de utilizar as redes sociais.
Moraes tomou a decisão no âmbito da Ação Penal 2.668, que reúne outras figuras do antigo governo, como Anderson Torres, Augusto Heleno e Braga Netto, todos acusados de tentar obstruir a Justiça e atentar contra a soberania nacional.
O cancelamento da entrevista que o ex-presidente concederia ao portal Metrópoles, nesta segunda-feira, ilustra o ambiente de tensão que cerca Bolsonaro. Seus advogados temem que qualquer fala possa ser manipulada em redes sociais e usada como pretexto para a prisão. Moraes deixou claro: qualquer divulgação em plataformas digitais pode ser interpretada como descumprimento da ordem judicial.
Segundo o despacho de Moraes, Bolsonaro está proibido não apenas de postar em suas próprias contas, mas também de veicular ou retransmitir conteúdos — como áudios, vídeos ou entrevistas — em perfis de terceiros. A determinação busca impedir que o ex-presidente burle a decisão por meio de aliados ou simpatizantes. Caso desrespeite a ordem, poderá ter sua prisão decretada com base no artigo 312 do Código de Processo Penal.
O despacho foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que acompanha as investigações conduzidas pela Polícia Federal.