Durante sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (11), o ministro Gilmar Mendes afirmou que todos os integrantes da Corte nutrem admiração pelo modelo chinês de governo, atualmente liderado por Xi Jinping.
A declaração foi feita no momento em que se discutia a responsabilidade das plataformas digitais pelo conteúdo publicado por seus usuários.
“É… Um pouco na linha nós todos somos admiradores do regime chinês, né, do Xi Jinping, né que diz assim: ‘O importante… A cor do gato não importa, o importante é que ele cace o rato, né. E essa coisa do público e do privado…”, declarou o decano do STF, em meio à leitura do voto do ministro Cristiano Zanin.
Na mesma hora, o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, interveio para corrigir Gilmar, esclarecendo que a frase citada é, na verdade, de Deng Xiaoping — líder chinês que comandou a abertura econômica do país nas décadas de 1970 e 1980.
A chamada “Teoria do Gato”, atribuída a Deng, resume a política pragmática que impulsionou a modernização da China: na teoria, pouco importa a cor do gato, desde que consiga pegar o rato. Em outras palavras, o sistema adotado — seja socialista ou capitalista — seria secundário frente à eficácia econômica e ao bem-estar da população.
O comentário de Gilmar Mendes ocorreu enquanto Zanin defendia a responsabilização das redes sociais por conteúdos prejudiciais divulgados por terceiros, no que promete ser uma decisão com grandes implicações sobre a regulação digital no país.
