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Quarta-feira, 01 de Maio de 2024

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Governo Tarcísio muda nome de assentamento do MST de ‘Che Guevara’ para ‘Irmã Dulce’

Governo Tarcísio muda nome de assentamento do MST de ‘Che Guevara’ para ‘Irmã Dulce’
Governo de SP
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O governo Tarcísio alterou o nome do ‘assentamento Che Guevara’, localizado na cidade de Mirante do Paranapanema, no oeste paulista, para “Projeto de Assentamento Irmã Dulce”.

“(É) de notório conhecimento que a Sra. Maria Rita Sousa Brito Lopes Pontes, conhecida como Irmã Dulce, foi uma mulher que dedicou sua vida a obras de caridade, trabalhos sociais e assistência aos mais necessitados, sendo assim uma figura que tanto contribuiu com o país e foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz”, justifica o governo.

A alteração foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira (26), assinada pelo diretor-executivo da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), Guilherme Piai. O órgão é vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, e Piai é nascido em Presidente Prudente, a 70 km de Mirante do Paranapanema.

“Antes o nome de um revolucionário cubano. Agora de uma santa brasileira que dedicou sua vida a obras de caridade”, escreveu Piai em suas redes sociais, enaltecendo a troca de nome.

 

 

Aquele terreno é simbólico para a esquerda brasileira, pois foi o primeiro do MST no Pontal do Paranapanema, em setembro de 1991. A região é marcada por invasões históricas e tem sido priorizada pela gestão do governador Tarcísio de Freitas na sua política de regularização fundiária.

Aquela área surgiu de uma ocupação de terras no começo dos anos 1990 e hoje conta com 46 famílias, de acordo com o MST, responsável pela iniciativa de mais de três décadas atrás. A organização chamou a decisão do governo paulista de “autoritária e antidemocrática”.

À coluna Roseana Kennedy, no Estadão, o coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, diz ter sido pego de ‘surpresa’: “Vamos tomar todas as medidas possíveis, fazer um documento oficial com as assinaturas de todas as famílias que moram no assentamento e fazer um pedido oficial ao ITESP, à Secretaria de Agricultura e ao secretário (de Governo) Gilberto Kassab. Também estamos estudando medidas jurídicas que possam ser tomadas.

“Che Guevara é precursor de lutas socialistas e símbolo de organização de massas pela mudança da realidade de exploração sob a qual os mais pobres vivem. É com base nessas ideias que as famílias de trabalhadores e trabalhadoras sem terra possuem identificação política com o legado de Che Guevara, que inspirou a nomeação do assentamento logo e inspira a luta pela continuidade da melhores condições de vida no campo até os dias de hoje”, escreveu o MST em seu site.

A decisão de batizar o local com o nome de um dos líderes da Revolução Cubana partiu de militantes do próprio MST quando da fundação do assentamento. Ao justificar a mudança, Bressanin afirmou que Irmã Dulce “foi uma mulher que dedicou sua vida a obras de caridade, trabalhos sociais e assistência aos mais necessitados, sendo assim uma figura que tanto contribuiu com o país e foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz”.

O líder do MST João Paulo Rodrigues disse que vai colher assinatura dos integrantes para apresentar um documento formal ao Instituto de Terras e às Secretaria de Agricultura e de Governo. O MST também avalia quais medidas jurídicas podem ser tomadas para rechaçar a decisão. 

FONTE/CRÉDITOS: Direita Online

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